quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sabia que eu te amo?

A declaração de amor que meu rapaz faz pra mim todos os dias. Às vezes, mais de uma vez por dia:

"Mamãe, você sabia que eu te amo?"

Também te amo, meu bebê. Você me ama onde?

"Lááá no colação do bulacão, lá no fundo do forró!"

Isso mesmo, meus amigos. O amor é lindo e totalmente inexplicável...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mãe, não esquece meu velotrol

Cacá foi passear com o pai, de bicicleta. Passaram pelo centro da cidade e tal, até que Cacá começou a pedir um "velotol". É claro que Dudu não iria comprar um velotrol assim, do nada, muito menos estando de bicicleta na rua. Cacá aprontou o maior chororô.

Chegando em casa, foi direto: "Mamãe, você compra um 'velotol' pra mim?" "Mas, filho, você já tem um velotrol. Olha, você lembra que Cris te deu um?"


O velotrol que Cris deu...

"Isso não é um 'velotol'. Isso é a motoca. Eu quero um 'velotol' de passear na lagoa!"

Será que ele quer um pedalinho?? Mas onde ele viu um pedalinho? Na Lagoa não tem. "Filho, mamãe não tem dinheiro pra comprar um velotrol agora..."

"Aqui, mãe, eu tenho dinheiro!" Já parando de chorar, todo importante, com uma moeda de 50 centavos na mão... "Esse dinheiro não dá, meu amor. Tem que ser um tantão de dinheiro pra comprar um velotrol."

Meu Deus, como explicar isso para uma criança de dois anos?

Foi mais de uma semana nessa vida, pedindo um velotrol, até que, parece, ele esqueceu... Parece!

Hoje ele foi passear com os avós, mais ou menos pelos mesmos lugares. Viu o tal 'velotol' e pediu, claro, para o avô. É lógico que meu papai, babão, comprou o dito cujo.

Quando cheguei em casa, meu rapazinho veio todo feliz me mostrar o presente:


Já tinha comido os docinhos que vem dentro...

Isso mesmo. O tal 'velotol' era um catavento de plástico, desses que vem com umas bolinhas doces e coloridas dentro. Tinha que ver a felicidade do meu filhote...

domingo, 5 de setembro de 2010

O Contador de Histórias

Eu sempre conto histórias para Cacá. Outro dia ele resolveu contar pra mim também:

- Mamãe, deixa eu contar uma historinha pra você?
- Conta, meu príncipe. Historinha de que?
- De Joãozinho e Maria.
- Conta, loiro.
- Era uma vez, três porquinhos cinderelas....
- ... hahahahahahah

Depois vou postar aqui as historinhas do jeito que conto pra ele....

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Início de Pneumonia

Ele não estava nem gripado. Na terça-feira, começou com uma coriza à tardinha e já não conseguiu dormir à noite. A respiração curta impedia o sono.

Na quarta-feira Cacá amanheceu melhorzinho, tanto que fui trabalhar. Deixei com meu irmão, pra quem eu ligava a cada meia hora, coitado. Até que ele me disse que Caio estava chorando demais, devia estar com alguma dor.

Cheguei em casa voando. Caio tinha dormido, mas o aspecto era de muito cansaço. A barriguinha ficava funda, mostrando as costelas, cada vez que ele puxava o ar na agonia de respirar.

Meu pai e minha mãe - Corri para o hospital com meu pai e minha mãe (marido viajando, meu pai largou o trabalho no meio, minha mãe nem almoçou direito). Ainda não era meio-dia quando chegamos no pronto-atendimento.

A médica mal olhou pra ele e disse: "Pneumonia! Vamos fazer um raio-X agora, e depois entramos com a medicação". A cara de assustada dela me apavorou. Saí com Cacá abatidinho no colo para a sala do raio-X. Quem conhece meu rapazinho sabe que Cacá quietinho não é normal.
O serviço foi bem rápido. Meu filhote não tinha ânimo nem para reclamar de tirar o moleton para fazer o exame. Com o resultado, a médica me tranquilizou um pouco: "Ele não está tão ruim quanto eu imaginei. Achei que o peito estivesse mais cheio". Era um início de Pneumonia que, claro, tinha que ser tratado para não evoluir.

A primeira providência foi a inalação. Engana-se quem pensa que a tarefa foi fácil. Pense num menininho de dois anos, mal tendo forças para respirar e brigando para não tomar a inalação. Minha mãe se sentou com ele no colo, segurando uma das mãos e o tronco; eu segurei as duas pernas; a enfermeira segurou a outra mão e firmou o inalador. Ele conseguia o tempo todo tirar o rostinho do local determinado e chorava horrores. Foi uma luta. Nós três nos cansamos e ele, todo suado e soluçando, acabou dormindo, exausto. Mas inalou tudo.

Precisa dizer que a esta altura eu chorava loucamente? Quem não choraria? O bom dele ter dormido foi que não viu quando a enfermeira furou o bracinho. Soro e medicação na veia. Primeiro ela tentou a mão. Furou e não achou a veia. Mexia a agulha de um lado para o outro sob a pele da mãozinha e nada. Eu olhava para a cara da minha mãe, que também é enfermeira, e ela estava a ponto de tomar a agulha da mão da mulher e mostrar como é que se faz. Enfim a enfermeira desistiu e foi para o braço. Cacá nem acordou.

Meu filhote ainda levou uma furada no outro braço, para tirar sangue, e teve que usar a mangueirinha no nariz, com Oxigênio. A medicação já estava fazendo efeito e Caiozinho já dormia mais tranquilamente. Acordou, olhou pra mim, sorriu e falou assim: "Mamãe, você não chora mais não, que eu já melhorei viu?" Claro que chorei. E choro de novo, toda vez que lembro.

Internado - A médica veio avaliar de novo e perguntou pra mim: "Vamos deixar ele aqui internado para obervar melhor, mãe?" Quase que pedia a ela pra mandar a gente pra casa, mas tive muito medo de vê-lo de novo naquela agonia de tentar respirar. No hospital, seria muito mais seguro. "Tudo bem".

Nessa hora, meu marido, que já estava tentando falar comigo há um tempão, enfim conseguiu. Assim que expliquei o que estava acontecendo - "Não precisa se procupar, amor. Meus pais estão me dando força aqui e nós já estamos no hospital" - Dudu largou as filmagens do deputado lá e correu para a rodoviária.

Deixei meu bebê instalado no quarto com a minha mãe e fui resolver umas coisas do trabalho que envolviam muita gente e tinha que ser comigo. Tem horas que eu gostaria de não ter senso de responsabilidade, jogar tudo pra cima, cuidar só de marido e filho, família. Mas havia cerca de 50 pessoas me esperando e lá fui eu, com meus olhos inchados.

A noite no hospital não foi muito complicada. Cacá dormiu direitinho, apesar do incômodo soro instalado no bracinho direito. E ele, destro tadinho, teve a maior dificuldade, já que o braço ficou praticamente imobilizado, para não perder a veia.

A rotina de inalação e medicação com hora marcada não foi tão difícil como eu pensei. Esqueça aquele menino da luta contra o inalador. No quarto, ele mesmo segurava o equipamento no nariz. E os remédios, todos intravenosos, eram aplicados junto com o soro, sem precisar furar de novo.

No quarto, com dois leitos, tinha duas caminhas para as mães, uma televisão e banheiro. Era até confortável. O leito tem grades, como nos berços. Até a comida servida para o paciente e o acompanhante era legalzinha. Nesse ponto eu não posso deixar de falar do sossego que dá você poder contar com plano de saúde. Só o exame raio-X que ele fez custaria quase cem reais. E as acomodações do SUS, ali bem perto, eu pude ver que são bem diferentes. Antigamente era pior ainda, Minha mãe diz que nem deixavam a mãe ficar com o filho. Você deixava seu bebê lá no hospital e ia pra casa, com hora certa para a visita e para ir embora.

Na manhã de quinta-feira, Dudu chegou. Cacá já não tinha mais saco pra hospital. "Quero ir pra nossa casinha" era uma ladainha. Cada visita que chegava (obrigada, família) era uma alegria. Na hora de sair, porém, era um novo berreiro. Também, tadinho, só chorava para ir pra casa. Até já passeava pelo hospital levando ele mesmo a haste com rodinhas do soro.

Ficamos nessa vida a quinta-feira toda. Tia Sheu trouxe um caderno de desenho, lápis e giz de cera. Foi bom porque ele ficava entretido, mas dava uma dó de ver ele tentando riscar com a mão direita, com o braço imobilizado....

Quando a médica veio avaliar, disse que ainda não liberava. Eu já esperava. Só tinha medo de ficar 10 dias, como a menininha do leito ao lado. A noite foi compriiiida, mas correu tudo bem.

Na sexta, a enfermeira disse que o médico de plantão ia liberar. Fez várias perguntas - ele fez cocô? fez xixi normalmente? tá tossindo? dormiu bem? comeu tudo? e a respiração? Depois voltou já com a receita e disse que estávamos liberados pelo médico.

Catei as coisas que havia levado para deixar o quarto mais parecido com a "nossa casinha". Até Bobbinho foi. Também estava louca pra levar meu filhote para casa. Nem lembrei de pedir atestado pro trabalho.

Chegamos em casa por volta do meio-dia. Até o final do tratamento, Cacá tomou todos os remedinhos como um rapaz. Até os noturnos. "Pra não voltar pro hospital, né, mãe?" E também aprendeu a almoçar direitinho, hábito que vem mantendo - graças a Deus.

Acho que toda mãe passa por isso. Valeu pela experiência, mas eu quero meu filhote saudável!

sábado, 3 de julho de 2010

Como colocar o bebê para arrotar

Falando assim parece fácil. Mas quando passassam-se 20 minutos e nada do "burp", a gente começa a pensar se não está fazendo algo errado.
Então confira as dicas no vídeo abaixo (recebi da revista Crescer, no meu e-mail).



Ps.: Mas que papai bonito esse, hein? Deus benza... rssss.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tempo, tempo

Meu filho tá um rapaz. Dois anos, conversa como gente grande, argumenta, canta e toca "batelia". Tem paixão por bateria.

Mãe babona posta vídeos do Youtube (papai babão grava e coloca no Youtube, rss):

Drum Man



Ele sabe que pode ver a si mesmo no visor da câmera:



Acorda, Maria Bonita...

segunda-feira, 1 de março de 2010

A imagem da mãe ideal

Por Samy Molcho*

Como deveria ser a mãe ideal? É melhor que não se pareça com a imagem costumeira que se faz dela. As mães que desempenham bem seu papel, e isso acontece em geral de modo inconsciente, embora também às vezes conscientemente, precisam reprimir sua personalidade se ela não corresponder à imagem da mãe ideal.


A mãe ideal está sempre arrumada e limpa, foi evidentemente uma boa aluna, tudo corre bem sob seu comando, ela não chora, nada lhe dói, está sempre sorridente, mostra cuidado, atenção, é paciente e perfeita em tudo.

Com essa imagem de mãe, a criança fica com um problema: ou as pessoas estão mentindo, ou ela própria, a criança não é normal. Afinal, sente dor muitas, mancha a toalha e chora quando não consegue o que quer. Em outras palavras, todos os comportamentos naturais que a criança manifesta em si mesma, embora nunca nas imagens idealizadas, vão gerar frustação e sentimentos de inferioridade.

Assim a mãe que também às vezes grita, chora e mancha a toalha é um alívio para a criança, e nunca uma legitimação de erros. Mas derramar coisas faz parte da vida, assim como a falta de beleza. A criança precisa aprender desde o começo que não existe a cultura da limpeza e que os erros ocorrem, embora tentemos evitá-los na medida do possível. O certo e o errado também convivem nela própria.


*Samy Molcho é autor do livro "A Linguagem Corporal da Criança", editora Gente.